19 março 2010

Cada um com seus "pobrema"!

Sabe aquele filme que é especial só por existir? Não que ele tenha um belo roteiro, não que ele seja fotograficamente brilhante, não que ele seja dotado de técnicas visuais exemplares. Ele é apenas especial.

Especial por lembrar uma época de nossas vidas, especial por nos fazer relembrar pessoas importantes que conviveram conosco e fizeram a diferença, especial por dar sentido a alguma sensação inexistente quando não o estamos reassistindo, especial por não fazer com que o assistamos apenas por assistir, e sim o assistamos (sem fazer contas de quantas vezes o façamos) por impulso, por um desejo incontrolável e inexplicável.

Depois de dezenas de sessões repetidas, ainda conseguimos descobrir, no mínimo detalhe escondido no canto mais obscuro da cena, aquela imagem antes desconhecida. Conseguimos rir das mesmas velhas piadas, chorar das mesmas falas e expressões, as quais sabemos até de cor e nos impressionar com os efeitos especiais já ultrapassados pelo tempo e pela tecnologia. A devoção com que cultuamos cada detalhe sórdido e defendemos com unhas e dentes cada crítica mal feita, faz dele o filme de nossas vidas.

Pode até ser que todos, ou pelo menos grande parte dos cinéfilos que são questionados sobre o filme de suas vidas declarem se tratar de um clássico, do naipe de Casablanca, E o Vento Levou, Titanic, ET, Tubarão, Psicose, Cantando na Chuva e tantos outros conhecidos. Mas eu não...

O filme da minha vida é de 1995 e trata da história de Alan Parrish, um garoto da burguesia americana que não se enquadra nos padrões éticos, morais e comportamentais que seu pai, dono de uma fábrica de sapatos e um dos homens mais ricos da cidade, gostaria. Ele é mais sensível, gosta de livros e não gosta muito de esportes. Por ser diferente, é excluído no colégio e apanha frequentemente dos colegas (todos mais fortes do que ele).

O único laço afetivo de Alan que ainda o mantinha próximo a alguém (mesmo que fracamente) era a sua família. Este laço logo é desfeito pela recusa do garoto em ir para um colégio interno (prática que vinha se repetindo na sua família há gerações). Brigado com todo mundo, resolve sair para espairecer.

E é nesse momento que ele começa a ouvir barulhos estranhos vindos de uma encosta de terra. Ao cavar, o barulho aumenta e ele percebe que são tambores oriundos de uma caixa. Imediatamente tomado pela curiosidade, leva a caixa para casa e a abre. Sarah Whitlle, namorada do garoto que bateu em Alan, e paixão secreta do protagonista, chega à sua casa para pedir desculpas em nome do namorado e descobre, junto de Alan, que na caixa há um jogo de tabuleiro.

Alan e Sarah estranham a automação do jogo, que parece ser antigo, mas logo revela não ser tão comum como pensavam. O jogo tinha uma relação direta com uma floresta chamada JUMANJI, e, a cada jogada, uma nova frase relacionada com algo da floresta aparecia na parte central do tabuleiro. O que essa frase dizia, acontecia na vida real, como por exemplo, o aparecimento de um leão, de aranhas gigantes assassinas, de plantas venenosas etc.

Num certo momento, o jogo determina que Alan ficasse preso na floresta até o momento em que um outro jogador tirasse 5 ou 8 nos dados. Isso demorou 26 anos, já que Sarah ficou traumatizada com aquela série de acontecimentos e não conseguiu se relacionar mais com ninguém, principalmente com os dados de Jumanji.

A casa em que Alan morava já estava sendo habitada por dois jovens: Judy (Kirsten Dunst) e seu irmão Peter (Bradley Pierce), que a compraram depois da morte dos pais de Alan. Os dois passam a ouvir os mesmos sons de tambores, desta vez vindos do sotão. São eles que compõem as duas últimas peças que faltam para que o jogo esteja completo e possa ser jogado até o fim.

Peter traz Alan de volta da floresta ao tirar 8 nos dados. O diretor Joe Johnston mostra um Alan cabeludo, barbudo e totalmente desacostumado com as facilidades urbanas (ele é interpretado por Robin Willians), que quer de uma vez por todas terminar o jogo para que tudo que saiu da floresta volte definitivamente. Agora é só procurar Sarah (interpretada por Bonnie Hunt) e convencê-la a continuar jogando (o que será muito difícil, já que ela mudou de nome e virou uma vidente, consequência da overdose de terapia todos esses anos).

Até o fim do filme, os quatro jogadores enfrentam as mais variadas dificuldades, tendo que fugir dos perigos da floresta. Uma ótima aventura, já banalizada há muito tempo pela Sessão da Tarde, mas que vale a pena ser resgatada e prestigiada. Jumanji é baseado no livro infantil homônimo, de 1982, escrito e ilustrado por Chris Van Allsburg. Em 2005, o diretor Jon Favreau
tentou dar uma continuação a história com o filme Zathura, porém sem sucesso. Na nova trama, ele repetiu a ideia de um jogo, que desta vez traz à realidade perigos do espaço sideral. Ficou só na tentativa...

Jumanji me fez descobrir o cinema de uma forma diferente, me faz reviver minha infância até hoje, enfim, foi um marco, um divisor de águas na minha vida. Por esse e outros motivos, o considero como o filme da minha vida (até que venha o próximo)

E para você? Qual é o filme da sua vida?

JUMANJI
LANÇAMENTO: 1995 (EUA)
DIREÇÃO: JOE JOHNSTON
GÊNERO: AVENTURA
NOTA: 10,0

3 comentários:

Claudinha ੴ disse...

Oi Gui! Saudades docê meu lindo! Cê não veio me ver e ouvir cantar A História de Lili Braun...

Eu gostei deste filme. Fez parte da vida dos meus filhos, que viviam procurando o barulho para achar um jogo daquele... O Robin Willians é um dos meus atores favoritos.

O filme da minha vida é Amor Além da Vida e é com o Robin Willians também. Se quiser assistir, caso não tenha visto, eu tenho o dvd original...

Beijos procê. O Ebinho gravou o BCI e mando a gravação em cd procê rir de nós...

** O filme que foi divisor em minha vida e que me marcou em relação ao cinema foi Star Wars, os efeitos especiais nunca haviam sido vistos e me apaixonei por Darth Vader (mas abafa o caso que este é um dos meus desvios de conduta...)

Aline disse...

Olá Gui!
Bom ter o 1/3 de volta das férias.

Jumanji foi uma excelente lembrança, um filme que realmente marcou e até hoje é muito divertido.
Mas o filme da minha vida certamente é O Senhor dos Anéis, a trilogia! hehe Nada simples, mas nenhum outro me fez e faz sentir como ele...

*Menção honrosa para ET, filme da minha infância, e De volta para o futuro (pq o DeLorean era demais!).


Hey, nosso blog já ta de pé. Pode ir lá dar uma conferida, ok?! hehe

Eliana disse...

Oii...

Ai meu Deus, o filme da minha vida é de 1991, Tomates Verdes Fritos, é um drama (eu adoro drama, choro tudo que tenho direito...rsrss, mas gosto de suspense tb) com Mary Stuart Masterson e Chris O'Donnell.
Lindo, assisti nem sei qtas vezes e cada vez que me lembro dele, parece que quero rever algumas cenas, rever alguns detalhes.

Ahh, enqto escrevia, me lembrei de qdo tinha uns 8 anos...rsrs, assisti no cinema do seu Armando (vc, claro não lembra) um filme nacional que...digamos, marcou minha infância, pois tinha "medo" de que acontecesse na minha vida o que aconteceu pro garoto do filme...pode? O filme chamava Coração de Luto e tinha uma msk com o mesmo nome...(Teixeirinha, acho)...puro drama...rss

Como diz vc...até que venha o próximo.

Bj.