20 dezembro 2010

TOP 1982 - Carruagens de Fogo

O nacionalismo (por vezes exacerbado) dos britânicos é quase sempre vangloriado pelas produções cinematográficas realizadas por lá, num esquema de auto-afirmação extremamente ufanista. Em 1982 parece que até a Academia de Cinema de Hollywood aprovou o patriotismo dos companheiros de idioma, premiando Carruagens de Fogo com a estatueta de Melhor Filme do ano. Além de símbolo do amor à pátria, o longa funciona como incentivador dos esportes, uma vez que retrata a história real de Harold Abrahams (Ben Cross) e Eric Liddell (Ian Charleson), dois corredores que representaram a Inglaterra nas Olimpíadas de 1924.

Assim como a maioria das cinebiografias, a trama é contada em flashback, a partir da cena do funeral do último dos atletas que competiram na fatídica década de 20. A partir daí, acompanhamos paralelamente a vida e a carreira de Harold e Eric. Harold é universitário de Cambridge, judeu (numa sociedade pós-Guerra de maioria cristã) e amante da velocidade pela notoriedade que ela pode trazer e para fugir do preconceito que sofre no meio acadêmico. Já Eric vem da Escócia e é um missionário evangélico devoto que acredita que é designado por Deus para correr e tem essa aptidão graças à obra divina.

Os dois não se conhecem pessoalmente, mas treinam para que possam competir entre si nos Jogos Olímpicos de Paris, devido ao grande talento que eles têm (cada um na sua especialidade) e que a imprensa ajuda a disseminar por toda a Grã-Bretanha. O filme, no entanto, não se resume a apenas mostrar treinos para as competições, mas também retrata sentimentos como a insegurança, o medo, a confiança, a determinação, a superação, enfim, é mais profundo do que simplesmente um filme que hoje possa ser usado para aulas de educação física do Ensino Fundamental.

A trilha sonora é bem utilizada, principalmente em se tratando da música principal, criação de Vangelis, que é lembrada sem muito esforço por todos até os dias atuais. As interpretações não são nada excepcionais, talvez pelo fato de que praticamente todo o elenco é estreante, o que torna difícil qualquer exigência qualitativa. A fotografia é linda, passando por três locações deslumbrantes (Londres, campos da Escócia e Paris), ainda mais na década de oitenta, quando a tecnologia de captação de imagens para o cinema já estava bem evoluída.

A produção é super agradável de se ver, deve ser conferida por todos os cinéfilos, mas não é indispensável. É o típico de longa que não envelheceu bem por ser muito datada e com o tempo se tornar clichê. Sendo assim, seria justo que perdesse o maior prêmio do Oscar para um dos outros candidatos, que por sinal, eram bem melhores que o vencedor. São eles: Num Lago Dourado (On Golden Pond), Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders os The Lost Ark), Atlantic City e Reds.

CARRUAGENS DE FOGO (CHARIOTS OF FIRE)
LANÇAMENTO: 1981 (REINO UNIDO)
DIREÇÃO: HUGH HUDSON
GÊNERO: DRAMA
NOTA: 6,5

4 comentários:

pseudo-autor disse...

A trilha sonora do Vangelis já se tornou lendária. Costumava assistir muito nas sessões de madrugada do Corujão. Um épico do gênero esportivo!

Cultura na web:
http://culturaexmachina.blogspot.com

Igor Movie disse...

Oi Gui
Ofereço a você o selo do "Prêmio Dardos" pelo seu trabalho aqui neste espaço. Visite o meu blogue e pegue o seu.

Abraços.....

Anônimo disse...

nunca vi esse filme, mas sempre tive curiosidade... muitos ja me falaram que este é um daqueles que não merecia o oscar de melhor filme!

http://filme-do-dia.blogspot.com/

Tô Ligado disse...

VC acha o nacionalismo britânico exagerado??? hhahaha

Ow, e o complexo de inferioridade dos EUA em seus filmes de guerra. Os norte americanos sempre são os alvos de malvados terroristas.

Abração Gui