28 janeiro 2011

1/3 ESTREIA - Deixe-me Entrar

Considerado por muitos como o melhor filme de terror de 2008, o nórdico Deixe Ela Entrar ganha um remake hollywoodiano que chega hoje às telonas brasileiras. Desde o nome escolhido (Deixe-me Entrar) o longa é parecido com o original, o que permite questionamentos dos motivos pelos quais foi reproduzido nas terras do Tio Sam. Será pela mania de superioridade dos Estados Unidos, que não permitiria que um filme tão bom fosse exclusivo do Velho Mundo, e tentasse reproduzir uma versão mais elaborada e elogiada da mesma história?

Especulações a parte, Deixe-me Entrar conta a história de Owen, garoto de pais separados que sofre com as humilhações dos colegas na escola, passando os dias planejando elaboradas vinganças e na solidão das noites espiando o que se passa na vizinhança. Após conhecer Abby, menina estranhamente branca que acabara de chegar no condomínio, o protagonista passa a ver a vida (e a morte) de outra forma.

DEIXE-ME ENTRAR (LET ME IN)
LANÇAMENTO: 2010 (EUA)
DIREÇÃO: MATT REEVES
GÊNERO: TERROR
VONTADE: 10,0

Outras estréias muito aguardadas por mim chegam aos cinemas brasileiros essa semana. Acompanhe abaixo:

AMOR E OUTRAS DROGAS (Love and Other Drugs) EUA, 2010. Direção: Ed Zwick. Gênero: Drama/ Romance. Elenco: Jake Gyllenhaal, Anne Hathaway, Oliver Platt. (É a primeira vez que indico um filme no 1/3 ESTREIA que eu já tenha assistido. Por isso, ao invés de VONTADE, vou dar uma NOTA para esse longa).
NOTA: 7,5

UM LUGAR QUALQUER (Somewhere) EUA, 2010. Direção: Sofia Coppola. Gênero: Drama. Elenco: Stephen Dorff, Elle Fanning, Michelle Monaghan, Chris Pontius.
VONTADE: 10,0

INVERNO DA ALMA (Winter's Bone) INDICADO AO OSCAR. EUA, 2010. Direção: Debra Granik. Gênero: Drama. Elenco: Jennifer Lawrence, John Hawkes, Kevin Breznahan.
VONTADE: 10,0

CAÇA ÀS BRUXAS (Season of the Witch) EUA, 2010. Direção: Dominic Sena. Gênero: Suspense. Elenco: Nicolas Cage, Ron Perlman.
VONTADE: 5,0

AS AVENTURAS DE SAMMY (A Turtle´s Tale: Sammy´s Adventures) Bélgica, 2009. Direção: Ben Stassen. Gênero: Animação/ Infantil. Elenco: Isabelle Fuhrman (Hatchling Shelly - voz), Melanie Griffith (Snow - voz), Tim Curry (voz), Yuri Lowenthal (Sammy - voz).
VONTADE: 3,0

A ÚLTIMA ESTAÇÃO (The Last Station) EUA, 2010. Direção: Michael Hoffman. Gênero: Drama. Elenco: Christopher Plummer, Paul Giamatti, Helen Mirren.
VONTADE: 7,0

Correndo pro cinema para não perder nenhuma estreia legal...até semana que vem!

27 janeiro 2011

TOP 1994 - A Lista de Schindler

Mais uma vez afirmo aqui, publicamente, que sou anormal. Não é possível que mesmo com todas as opiniões positivas sobre A Lista de Schindler, longa vencedor do prêmio de Melhor Filme no Oscar de 1994, eu não tenha gostado muito da produção. Admito que a maioria das escolhas do diretor Steven Spielberg para acentuar o tom pacifista de sua obra foram acertadas, mas ele foi equivocado no ritmo e o roteiro só se torna atraente depois que conhecemos o que é, afinal, a tal lista. Sinceramente, gosto mais de outros filmes dele, como AI - Inteligência Artificial e O Homem Bicentenário.

Não acho que o caminho seja ser comercial, apelando para excessivas cenas sanguinolentas de guerra, como outros diretores fariam, ou seja, gostei da sutileza com que ele retrata a crueldade dos nazistas nos campos de concentração da Segunda Guerra, mas a história não me pegou, não fez com que eu me envolvesse com os personagens. Nunca fui muito fã de filmes de guerra (principalmente aqueles mais estrategistas, geopolíticos) e A Lista de Schindler apenas confirmou minha predileção por roteiros com um teor mais analítico, psicologicamente falando.

O filme mais atípico de Spielberg oferece um tom documental acerca da violência gratuita gerada pelas manifestações anti-semitistas de preconceituosos que extinguiram milhares de judeus no século XX. A fotografia em preto e branco, segundo o próprio diretor, além de funcionar como gancho de registro histórico (uma vez que na época do conflito bélico ainda não se filmava em cores), amaina a brutalidade do que se tornaria a maior de todas as guerras.

O roteiro traz como embate principal o conflito de interesses entre dois empresários que usam judeus como escravos de guerra na Cracóvia durante o Holocausto. Enquanto o sádico Amon Goeth (Ralph Fiennes) vê os trabalhadores como números, matando indiscriminada e injustamente, Oskar Schindler (Liam Neeson) é mais humano, tratando seus “funcionários” de maneira mais digna e menos cruel. Quanto mais intensa se torna a caçada contra os judeus, mais veemente tem de ser a luta de Schindler para garantir uma vida digna aos compatriotas.

As cenas de extermínio em massa, acompanhadas pela excelente trilha sonora, geram uma profunda sensação de impotência no espectador, ao mesmo tempo em que mostram às novas gerações, de maneira fiel, como se deram as atrocidades cometidas naquela ocasião. As interpretações são intensas (principalmente as dos dois protagonistas) e o conjunto da obra é eficiente, o que faz com que muitos considerem a Lista de Schindler como um dos dez melhores filmes da história do cinema (o que não é o meu caso).

Na premiação do Oscar de 1994 ainda concorreram ao prêmio de Melhor Filme mais quatro produções, sendo elas Em Nome do Pai (In The Name Of The Father), Vestígios do Dia (The Remains Of The Day), O Fugitivo (The Fugitive) e O Piano (The Piano). Nenhuma delas, entretanto, conseguiu bater as sete estatuetas (em 12 indicações) que a Lista de Schindler obteve. Uma curiosidade do Oscar daquele ano é que Steven Spielberg, além de levar a melhor com “A Lista...”, concorreu com sua grande ficção científica, Jurassic Park – Parque dos Dinossauros, nas categorias técnicas, tornando-se, definitivamente, o grande diretor que é nos dias atuais.

A LISTA DE SCHINDLER (SCHINDLER’S LIST)
LANÇAMENTO: 1993 (EUA)
DIREÇÃO: STEVEN SPIELBERG
GÊNERO: DRAMA/ GUERRA
NOTA: 8,0

21 janeiro 2011

1/3 ESTREIA - Biutiful

Após encabeçar projetos ousados, como 21 Gramas e Babel, apresentando para o mundo tramas paralelas reflexivas, abertas, cheias de personagens complexos e misteriosos, o mexicano Alejandro Gonzáles Iñárritu chega às telonas brasileiras neste fim de semana com Biutiful, seu mais recente longa, estrelado por Javier Bardem, e integrante da lista dos nove pré-selecionados para a disputa dos cinco concorrentes à Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2011 (lista que será revelada na próxima terça, dia 25).

Desta vez o cineasta preferiu se ater à trajetória de apenas um protagonista, Uxbal (Bardem), para contar, mais uma vez, uma história pessimista e desacreditada sobre os percalços da vida. O personagem principal é um médium que nunca viu o pai e cuida sozinho dos filhos, por conta da ex-esposa, que é bipolar. Para se sustentar, vive da exploração de imigrantes em Barcelona, até o momento em que descobre que sofre de um câncer terminal. A partir daí, resolve fazer apenas o bem. Vida bem complicada né?

BIUTIFUL
LANÇAMENTO: 2010 (ESPANHA/ MÉXICO)
DIREÇÃO: ALEJANDRO GONZÁLES IÑÁRRITU
GÊNERO: DRAMA
VONTADE: 10,0

Além de Biutiful, estream hoje nos cinemas tupiniquins mais cinco produções. São elas

O TURISTA (The Tourist) EUA, 2010. Direção: Florian Henckel von Donnersmarck. Gênero: Suspense/ Comédia. Elenco: Angelina Jolie, Johnny Depp, Paul Bettany, Rufus Sewell, Steven Berkoff.
VONTADE: 8,0

ZÉ COLMEIA – O FILME (Yogi Bear) EUA, 2010. Direção: Eric Brevig. Gênero: Animação/ Comédia. Elenco: Anna Faris, Andrew Daly, Tom Cavanaugh.
VONTADE: 4,0

BRASIL ANIMADO 3D. Brasil, 2010. Direção: Mariana Caltabiano. Gênero: Animação. Elenco: Fernando Meirelles, Mariana Caltabiano, Eduardo Jardim.
VONTADE: 0

TIO BOONMEE, QUE PODE RECORDAR SUAS VIDAS PASSADAS (Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives) Tailândia, 2010. Direção: Apichatpong Weerasethakul. Gênero: Drama. Elenco: Thanapat Saisaymar, Jenjira Pongpas, Sakda Kaewbuadee, Natthakarn Aphaiwonk.
VONTADE: 9,0

DUAS MULHERES. Brasil / Portugal, 2010. Direção: João Mário Grilo. Gênero: Animação. Elenco: Beatriz Batarda, Virgílio Castelo, Débora Monteiro.
VONTADE: 3,0

Até semana que vem com mais lançamentos aqui no 1/3 ESTREIA. Mais uma vez irritado porque Biutiful não estreou aqui em Campinas (da última vez foi com Enterrado Vivo).

20 janeiro 2011

TOP 1993 - Os Imperdoáveis

Clint Eastwood é um cineasta filosoficamente profundo na minha opinião. Mesmo trabalhando sem parar há mais de 55 anos, nenhum de seus filmes (enquanto diretor) é superficial, gerando nos espectadores uma reflexão incômoda no final da sessão que faz ter a certeza que o que se viu é cinema de qualidade. Tendo começado a carreira na década de 50, alçou o sucesso mundial em westerns do ídolo e mentor Sergio Leone, imprimindo sua feição austera e semblante sisudo em dezenas de papéis típicos do gênero genuinamente americano: o faroeste.

Começou a, além de atuar, dirigir suas produções (que é o que geralmente faz nos dias atuais – continua trabalhando sem parar com 80 anos de idade), conseguindo a notoriedade tão esperada, no entanto, apenas no começo da década de 90, quando produziu o último western da sua vida (pelo menos até agora): Os Imperdoáveis, conquistando a estatueta de Melhor Filme do ano e ainda o prêmio de Melhor Diretor, despontando de vez para o sucesso.

O que difere o longa dos tradicionais faroestes, entretanto, é a caracterização dos personagens, que mostram ter sentimentos, serem humanos, possuírem fraquezas. É o caso do protagonista, William “Bill” Munny (o próprio Eastwood), que depois de enviuvar cuida dos filhos e da criação de porcos como uma espécie de terapia para fugir das sombras do passado de matador e alcoólatra. Juntamente com Ned Logan (Morgan Freeman), antigo parceiro de bang-bang, parte em busca de dois vaqueiros que cortaram o rosto de uma prostituta, a fim de matá-los, e receber a recompensa de mil dólares que as putas conseguiram juntar para vingar o estrago feito na colega.

Em contraponto, o xerife de Big Whiskey, o vilarejo das prostitutas, Little Bill Daggett (Gene Hackman), faz de tudo para evitar tumultos na vila, proibindo a entrada de armas de fogo e, é claro, impedindo que a notícia da recompensa se espalhe e matadores invadam seu espaço. Ele será uma pedra no sapato para o êxito da missão de Munny, Logan e Schofield Kid (Jaimz Woolvett), garoto quase cego que parte junto com os veteranos, por ser fã do “trabalho” de Munny.

Vingança, ódio, sangue e muito sotaque sulista fazem parte de Os Imperdoáveis, garantindo que o faroeste permaneça vivo para as gerações que não viveram as décadas de ouro do gênero. A disputa de poder pela armas, entretanto, concentra-se entre os brancos, excluindo a figura indígena do cenário. Outra alteração é a ausência de uma personagem feminina indefesa, submissa e apaixonada, pois o que se vê são apenas prostitutas, ou seja, mulheres independentes, racionais, modernas para a sua época (o filme se passa no final do século XIX).

Mesmo admitindo que essa obra-prima de Clint seja um fôlego a mais para o gênero (que já havia sido restituído dois anos antes com Dança com Lobos), acredito que o que foi feito é mais do que simplesmente um western, e sim um drama comportamental, com a sutileza que só Eastwood consegue impor em seus roteiros densos, psicológicos, complexos (o diretor consegue fazer com que o espectador passe minutos à fio refletindo sobre seus personagens, mesmo que ele seja um caipira unilateral).

Na eleição do Melhor Filme do ano de 1992, a premiação, ocorrida em fevereiro do ano seguinte, contou com os seguintes candidatos: Traídos Pelo Desejo (The Crying Game), Questão de Honra (A Few Good Men), Retorno a Howards End (Howards End) e Perfume de Mulher (Scent of a Woman), que rendeu a Al Pacino o prêmio merecido de Melhor Ator do ano.

OS IMPERDOÁVEIS (UNFORGIVEN)
LANÇAMENTO: 1992 (EUA)
DIREÇÃO: CLINT EASTWOOD
GÊNERO: DRAMA/ FAROESTE
NOTA: 9,3

19 janeiro 2011

TOP 1992 - O Silêncio dos Inocentes

Um dos personagens mais perturbadores da história do cinema protagoniza o longa vencedor do prêmio de Melhor Filme no Oscar de 1992. Baseado no livro homônimo de Thomas Harris, O Silêncio dos Inocentes é o primeiro da série que apresentou para o mundo o inescrupuloso psiquiatra Hannibal Lecter, serial killer que tem como característica principal devorar suas vítimas após a morte. Foi o terceiro filme da história a conseguir a proeza de levar para a casa as cinco principais estatuetas da Academia (Melhor Filme, Diretor, Roteiro, Ator e Atriz). Antes, o feito havia sido conquistado apenas por Aconteceu Naquela Noite, em 1935, e Um Estranho no Ninho, em 1976. Além deste posto, é o segundo (e último) suspense a ganhar o prêmio de Melhor Filme no Oscar, juntamente com Rebecca, a Mulher Inesquecível (1941).

Para disputar a principal estatueta com “O Silêncio...”, concorreram mais quatro produções: O Príncipe das Marés (The Prince of Tides), A Bela e a Fera (Beauty and The Beast), Bugsy e JFK – A Pergunta Que Não Quer Calar (JFK), de Oliver Stone, nenhuma delas digna de superar a grandiosidade do filme vencedor. A trama principal do roteiro deveria ser a investigação dos assassinatos de Buffalo Bill (Ted Levine), antigo paciente de Lecter, que estava aterrorizando os Estados Unidos com a mórbida mania de matar mulheres gordas e esfolá-las, guardando para si as peles das vítimas.

Porém, a força interpretativa de Anthony Hopkins encarnando o diabólico Hannibal Lecter atraiu todas as atenções (merecidamente), fazendo com que o personagem, mesmo sem passado nem presente na história, fosse a grande estrela do filme. A dualidade entre empatia e desgosto, entre admiração e repulsa nos espectadores é clara e constante. Não sabemos se torcemos para que o assassino saia da prisão e talvez encontre um caminho moralmente (e legalmente) aceito ou que ele apodreça pagando pelas atrocidades cometidas no passado.

A responsável por despertar essa fera do sono é a agente Clarice Starling (Judie Foster) que acredita conseguir, na esperança de finalmente ocupar uma vaga definitiva no setor de análise de comportamentos do FBI, o paradeiro de Buffalo Bill, por meio da sagacidade de Lecter que, além de já ter sido o psiquiatra do assassino desaparecido, é um ótimo analista mental. A relação entre os dois é indescritível, passando do ódio absoluto à dependência. Hannibal aos poucos revela detalhes da vida de Bill, enquanto exige que Starling se comprometa a conseguir alguns benefícios para ele, além de pedir que a detetive também conte detalhes sobre sua vida pessoal (é nesse momento que descobrimos o porquê do título do filme, que no original traduzido quer dizer o silêncio dos cordeiros).

A trilha sonora compõe o universo sinistro produzido pelo roteiro e pelas interpretações, materializando o mal de maneira assustadora. Sem se ater a apelos sobrenaturais ou sanguinolentos, o diretor Jonathan Demme assusta de maneira visceral, orgânica, inaugurando um estilo de medo elegante, psicológico, perturbador. Dificilmente a Academia premia um longa que não seja de drama ou guerra. Só por aí já se pode perceber a infinitude de argumentos positivos para provar que O Silêncio dos Inocentes é um filmão.

O SILÊNCIO DOS INOCENTES (THE SILENCE OF THE LAMBS)
LANÇAMENTO: 1991
DIREÇÃO: JONATHAN DEMME
GÊNERO: SUSPENSE/ POLICIAL
NOTA: 9,0

14 janeiro 2011

1/3 ESTREIA - As Viagens de Gulliver

Semana fraca nas salas de cinema é sinônimo de pouca vontade para gastar meu precioso e suado dinheirinho com os lançamentos. Destaco, por falta de melhores opções, As Viagens de Gulliver, estreia do diretor Rob Letterman no cinema humano (só tem experiências anteriores com animações [O Espanta Tubarões e Monstros vs. Alienígenas]). Para estrelar a aventura do jornalista Lemuel Gulliver, preso numa ilha do Triângulo das Bermudas habitada por seres minúsculos, o escolhido foi o ator/ comediante Jack Black, ou seja, a palhaçada já começa por aí.

Sem força alguma para se segurar na bilheteria, os roteiros de fantasia filmados apenas para atrair pré-adolescentes ávidos por puro entretenimento são lançados aos montes, principalmente no período de férias, desaparecendo da memória de todos assim que outra produção água-com-açúcar surgir nas telonas. Para aumentar um pouco mais meu desprezo (e ainda fazer com que pais gastem mais na mesada) o longa é em 3D. Affffhhh!

AS VIAGENS DE GULLIVER (GULLIVER’S TRAVELS)
LANÇAMENTO: 2010 (EUA)
DIREÇÃO: ROB LETTERMAN
GÊNERO: COMÉDIA
VONTADE: 5,0

Ainda nesta sexta estréiam mais alguns filmes. São eles:

DESENROLA. Brasil, 2010. Direção: Rosane Svartman. Gênero: Romance/ Comédia. Elenco: Olivia Torres, Kayky Brito, Lucas Salles, Vitor Thiré, Juliana Paiva.
VONTADE: 0

O MÁGICO (L'Illusionniste) França / Reino Unido, 2010. Direção: Sylvain Chomet. Gênero: Comédia/ Animação. Elenco: Jean-Claude Donda, Edith Rankin, Didier Gustin.
VONTADE: 3,0

A MORTE E VIDA DE CHARLIE (Charlie St. Cloud) EUA, 2010. Direção: Burr Steers. Gênero: Drama. Elenco: Zac Efron, Amanda Crew e Kim Basinger.
VONTADE: 0

DIETA MEDITERRÂNEA (Dieta Mediterrânea) Espanha, 2009. Direção: Joaquín Oristrell. Gênero: Comédia. Elenco: Olivia Molina, Paco León, Alfonso Bassave, Carmen Balagué, Roberto Álvarez, Jesús Castejón.
VONTADE: 4,0

É isso. Tomara que na próxima semana tenhamos um incentivo melhor para ir ao cinema. Até lá!

13 janeiro 2011

TOP 1991 - Dança com Lobos

Foram exatas três horas de exibição. Durante a espera do The End, as semelhança de Dança com Lobos com a megaprodução Avatar, de James Cameron, vão aumentando gradativamente e se tornando cada vez mais evidentes. Com a diferença do ano de lançamento, das locações e da tecnologia utilizada, os dois longas carregam em si a mesma premissa: um personagem, membro de um grupo de exploradores, é designado para fazer contato com uma cultura distante de sua realidade, inserindo-se na vida dos nativos e apaixonando-se por uma garota da sociedade primitiva, o que acaba fazendo com que o mocinho lute contra os seus no fim da história a favor da sobrevivência do povo explorado.

O mocinho em questão é o tenente John Dunbar (Kevin Costner) que, por ser herói de guerra, tem o direito de escolher a próxima região em que vai servir, optando pelo forte Sedgewick, último posto de guarda do exército norte-americano na fronteira oeste dos Estados Unidos, então tomado pelos índios Sioux. Solitário em seu novo abrigo, só resta ao protagonista escrever em seu diário e se distrair com as visitas de Duas Meias, um lobo rajado que sempre aparece para lhe fazer companhia.

Assim que os nativos Sioux descobrem a presença de Dunbar, passam a querer travar contato, mesmo sendo muito difícil a comunicação entre eles. É nessa hora que De Pé com Punho (Mary McDonnell), entra em cena. Ela é uma americana criada pelos índios desde pequena, que ajuda na tradução das conversas entre o soldado e a tribo nativa. Aos poucos, o protagonista vira amigo de Pé Esperneante, Vento no Cabelo e outros índios, aprendendo com a nova cultura o respeito a natureza, a vida simples compartilhada com todos da tribo e o amor, já que se apaixona por De Pé com Punho e vira, definitivamente, um Sioux (sendo batizado por eles como Dança com Lobos).

O longa representa a volta dos faroestes após um tempo de esquecimento total. Kevin Costner produz, dirige e protagoniza sua maior obra até então (e até hoje, já que depois de Dança com Lobos caiu no ostracismo e nunca mais se tornou referência em Hollywood). A narrativa em off é super interessante por representar a solidão de Dunbar no deserto americano e ajudar a compor, juntamente com a fotografia, um universo mais poético para a trama. Por falar em quesitos técnicos, as paisagens do meio oeste estão filmadas de maneira arrasadora e, complementadas pela ótima trilha sonora, caracterizam um conjunto fílmico ímpar.

O roteiro, no entanto, peca na falta de originalidade, na previsibilidade explícita e na insistência pelo lugar-comum, tornando mediana o que deveria ser uma obra-prima. As atuações são razoáveis, com destaque para Costner, que encarna seu personagem de maneira competente, e Grahan Greene (Pássaro Esperneante, que inclusive concorreu ao Oscar pelo prêmio de Melhor Ator Coadjuvante). A história é bonitinha, divertida, empolgante, mas superficial e boba, sem grandes momentos.

Em comparação, na premiação do Oscar de 1991, três clássicos absolutos do cinema também concorreram a estatueta de Melhor Filme e qualquer um deles, menos Dança com Lobos, poderia ter ganhado com mais justiça. São eles: O Poderoso Chefão – Parte III (The Godfather – Part III), Os Bons Companheiros (Goodfellas) e Ghost – Do Outro Lado da Vida (Ghost). Além destes três injustiçados, Tempo de Despertar (Awakenings) também estava na briga, mas como ainda não o vi, não tenho como opinar a respeito (rsrsrs).

DANÇA COM LOBOS (DANCES WITH WOLVES)
LANÇAMENTO: 1990 (EUA)
DIREÇÃO: KEVIN COSTNER
GÊNERO: DRAMA/ FAROESTE
NOTA: 8,0

12 janeiro 2011

TOP 1990 - Conduzindo Miss Daisy

O filme vencedor do Oscar em 1990 foi feito para nos ensinar que a amizade não tem idade nem grupo social para existir. A dupla Jessica Tandy e Morgan Freeman vive, respectivamente, Miss Daisy, empresária branca, rica e judia, e Hoke Colburn, motorista negro, pobre e cristão. Para completar o curioso encontro, a história se passa nos anos 50, período em que o preconceito ainda não era visto com maus olhos, principalmente no interior do país. Como o título já sugere, Hoke é o chofer da protagonista, tendo sido contratado pelo filho de Miss Daisy, Boolie Werthan (Dan Aykroyd), após um pequeno acidente causado pela incapacidade da mãe em controlar o automóvel (a personagem tem 72 anos no início da história).

A resistência em permitir que Hoke a conduzisse a seus compromissos mostra um pouco da personalidade ranzinza, orgulhosa e excêntrica de Miss Daisy, que preferia pegar um bonde e se arriscar na rua do que aceitar que já não tinha a mesma vitalidade de antes e ser locomovida por outra pessoa. Hoke, no entanto, não se mostra submisso e, à força, revela para Miss Daisy que, além de um funcionário leal, ela poderia contar com um amigo fiel. Aos poucos, o respeito e um carinho (mesmo que contido) vão tomando conta da relação dos dois.

O filme acompanha quase vinte anos da vida dos dois, contando como ambos foram cedendo ao orgulho e a prepotência e se deixando levar por um sentimento profundo e duradouro. Miss Daisy agora tem com quem conversar sobre suas angústias e as histórias do passado, Hoke finalmente consegue aprender a ler graças as lições da protagonista, que é professora aposentada, enfim, os dois envelhecem juntos, aprendendo a se suportar e a superar o preconceito da sociedade.

Apesar de Conduzindo Miss Daisy ser um belíssimo e delicado retrato da velhice sem cair em clichês, o longa tem vários problemas: os temas polêmicos retratados pelo filme, como preconceito racial, discriminação social, analfabetismo, judaísmo e abandono familiar são expostos superficialmente, sem que haja aprofundamente em nenhum deles. Além disso, o ritmo pelo qual os anos se passam na história é porcamente montado, tornando a trama extremamente episódica e repetitiva (legendas com o ano em que a história se encontra são obrigatórias no longa, caso contrário não dá pra saber que o tempo passou).

Pelo menos as atuações são dignas de premiação. Morgan Freeman reforça seu talento primoroso (perdendo a estatueta, no entanto, para Daniel Day-Lewis, que atuou em Meu Pé Esquerdo) e Jessica Tandy está magnífica como a rabugenta protagonista (repetindo a qualidade um ano depois como Ninny Threadgood, em Tomates Verdes Fritos). Sua interpretação é concisa, sua expressão é sutil, porém convincente, motivos que a levaram a ser a atriz mais velha a levar uma estatueta para casa (quando recebeu a premiação de Melhor Atriz tinha 81 anos). Infelizmente morreu em 1994, deixando, porém, um legado de qualidade para nós.

No Oscar 1990, Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society), longa evidentemente superior a Conduzindo Miss Daisy, perdeu injustamente a estatueta de Best Picture. Um roteiro bem melhor estruturado e interessante deveria ter sido o destaque do ano. Além deste, ainda concorreram ao prêmio de Melhor Filme os seguintes longas: Campo dos Sonhos (Field of Dreams), Meu Pé Esquerdo (My Left Foot) e Nascido em 4 de Julho (Born on the Fourth of July), de Oliver Stone.

CONDUZINDO MISS DAISY (DRIVING MISS DAISY)
LANÇAMENTO: 1989 (EUA)
DIREÇÃO: BRUCE BERESFORD
GÊNERO: DRAMA
NOTA: 7,0

11 janeiro 2011

TOP 1989 - Rain Man

Para fechar a década de oitenta com chave de ouro, mais um drama familiar entrou para o rol de vencedores na premiação do Oscar em 1989. A qualidade das produções cinematográficas já estava consolidada (mesmo que alguns ainda torçam o nariz para o cinema contemporâneo) e grandes mestres da direção (que ainda hoje estão na ativa) passaram a nos presentear com obras magníficas. Foi o que aconteceu quando Steven Spielberg se engajou no projeto de Rain Man, longa que retratou o autismo como nenhum havia feito até então. Depois de seis meses à frente do projeto, Spielberg resolveu deixar a empreitada para se dedicar a Indiana Jones e a Última Cruzada deixando, porém, seus traços de expertise.

A produção, que passou para as mãos do diretor Barry Levinson, narra as mudanças comportamentais do inescrupuloso Charlie Babbitt (Tom Cruise) diante da companhia do irmão mais velho autista Raymond Babbitt (Dustin Hoffman). Quando Charlie fica sabendo da morte do pai, descobre que só herdou o carro da família, uma vez que a casa (estimada em três milhões) ficou para um beneficiário desconhecido que mora numa clínica de repouso no interior do país. Para sua surpresa, descobre que o herdeiro é seu próprio irmão (que desconhecia possuir), um autista funcional que não tem noção do valor do dinheiro.

Aproveitando-se da situação, Charlie rapta o irmão da clínica na tentativa de convencer o advogado da família a dividir em meio a meio os três milhões que apenas Raymond herdaria. Porém, a receita previsível das centenas de filmes semelhantes se repete e, progressivamente, Charlie passa a se afeiçoar por Raymond, criando uma relação fraternal com o irmão. A diferença deste longa, no entanto, está na insensibilidade de Raymond na recepção dos sentimentos do irmão, uma vez que ele nem sequer aceita que encostem nele. O desenvolvimento do respeito entre os dois se dá de maneira lenta e sutil, com Charlie aprendendo a entender as particularidades de Raymond e se dando conta do que é ter um irmão e com Raymond aos poucos abrindo mão de sua rotina sistemática e se divertindo (mesmo que às custas do interesse financeiro de Charlie).

A química entre os dois protagonistas é fantástica e segura os poucos pontos fracos do roteiro. Acho que se o filme não fosse feito exatamente como foi eu não teria gostado tanto. A interpretação de Hoffmann é um espetáculo à parte, garantindo momentos memoráveis para nós, espectadores, e para o ator, que está brilhante num dos papéis mais sólidos e marcantes de sua carreira (ele levou a segunda estatueta de Melhor Ator para casa – a primeira havia sido conquistada em Kramer vs. Kramer, em 1980). Depois de Audrey Hepburn, em My Fair Lady, e Marlon Brando, em Sindicato de Ladrões, o prêmio mais justo da história do Oscar foi o de Melhor Ator para Hoffmann em Rain Man. É até difícil de explicar com palavras tamanho preciosismo!

O grande mérito do road-movie de 1988 está em tratar de um tema polêmico com naturalidade e, acima de tudo, de cuidar para que a imagem do autista não se torne um símbolo de compaixão, solidariedade ou pena, mas sim uma possibilidade de normalidade, a visão de um ser humano com erros e acertos, capaz de ter uma vida limitada, porém feliz. Mais do que isso, a produção busca demonstrar a influência positiva gerada pelo protagonista, que podia ser um empecilho para o irmão, mas que se tornou um divisor de águas para que Charlie restaurasse até sua auto-confiança.

Juntamente com o prêmio de Melhor Filme, Rain Man faturou as estatuetas de Melhor Direção, Roteiro e Ator, quase conquistando os cinco principais prêmios, feito realizado apenas duas vezes na história do Oscar (em 1935, Aconteceu Naquela Noite, e Um Estranho no Ninho, em 1976). Além desses quesitos, destaco a fotografia, que soube explorar muito bem os campos americanos durante as viagens dos irmãos pelas estradas, e o título do longa, que se encaixa perfeitamente com a sutileza proposta pela história (e que não pode ser explicado aqui, pois revela um detalhe importante da trama). Ainda concorreram a Melhor Filme em 1989: Ligações Perigosas (Dangerous Liaisons), Um Secretária de Futuro (Working Girl), O Turista Acidental (The Accidental Tourist) e Mississipi em Chamas (Mississippi Burning).

RAIN MAN
LANÇAMENTO: 1988 (EUA)
DIREÇÃO: BARRY LEVINSON
GÊNERO: DRAMA
NOTA: 9,0

08 janeiro 2011

TOP 1988 - O Último Imperador

Depois de ter escrito o roteiro de um dos melhores westerns que já vi, Era Uma Vez no Oeste, dirigido por Sérgio Leone, e ainda ter escandalizado meio mundo com as cenas de O Último Tango em Paris, sua primeira obra-prima, Bernardo Bertolucci resolveu inovar nas locações e produzir um épico biográfico chinês que se passasse em grande parte dentro da Cidade Proibida, em Pequim. O Último Imperador foi o primeiro longa que conseguiu autorização da República Popular Democrática da China para tal feito, uma vez que retrata a vida de Pu-Yi (John Lone), último governante do Império Chinês (dissolvido em 1912), que assumiu o cargo com apenas três anos de idade (após a morte do pai por acusação de traição) e foi obrigado a ficar trancafiado no palácio imperial até os vinte quatros anos, por meio de acordo com o governo republicano, que permitiu que o imperador e seus súditos ocupassem os limites da Cidade Proibida e ainda gozassem do posto da família imperial, enquanto do lado de fora a revolução ocorria a todo vapor.

Sendo assim, Pu-Yi conseguiu manter seu poder devido ao conservadorismo dos milhares de súditos que torciam pelo retorno do Império até que em 1924 foi expulso do palácio pela república chinesa, conseguindo apoio da embaixada do Japão, que mais tarde invadiria e tomaria a parte nordeste do país, conhecida como Manchúria. Tal relação foi considerada uma traição pelo Kuomintang, governo republicano/ditatorial comandado por Chiang Kai-Shek desde 1928, que capturou Pu-Yi, mantendo-o por mais de dez anos num campo de reeducação social para criminosos de guerra. No final dos anos 50, por orientação do então presidente Mao-Tse Tung, Pu-Yi é libertado e passa a ter uma vida normal e tranquila como jardineiro em Pequim.

Para explicar toda a trajetória do protagonista, o filme de Bertolucci conta com 2 horas e quarenta e cinco minutos de duração, um tempo mais que maçante para uma produção lenta e sem ação como essa. Sem desmerecer o trabalho (que deve ter sido duro) de toda a equipe, prefiro assistir filmes orientais produzidos por profissionais orientais. A singeleza e o cuidado com que mestres como Kurosawa contam histórias simples, tornando-as complexas e impressionantes aos olhos do espectador, é de se fazer pensar se uma produção megalomaníaca como O Último Imperador não poderia ser mais sucinta e focar mais o lado psicológico de Pu-Yi ao invés de perder longos minutos com fatos históricos. É evidente que o filme é um esclarecedor documento histórico, que inclusive me ajudou a entender melhor a complicada trajetória geopolítica da China, mas não foi um longa que me pegou, como costumo dizer. Foi muito difícil não cair no sono durante a exibição.

A fotografia é um ponto que tenho que mencionar, pois é deslumbrante, garantindo mais uma das nove estatuetas que O Último Imperador levou para casa (o filme de Bertolucci ganhou em todas as categorias que foi indicado). As paisagens chinesas vistas pelos olhos do garoto enclausurado despertam a curiosidade (não só a dele, mas a nossa também) do que há do lado de fora daqueles muros gigantes. Além disso, as graciosas instalações da Cidade Proibida são exploradas muito bem pelas câmeras que, aliadas ao trabalho de iluminação da equipe técnica, garantem um espetáculo visual memorável.

O problema é que épicos longos já estavam fora de moda no final da década de oitenta. Desde William Wyler e Cecil B. Demille as produções escalafobéticas deixaram de ter o mesmo peso para a cinematografia mundial, dando espaço para a ficção científica e em menor escala para os dramas cotidianos, que inclusive dominaram o gosto dos acadêmicos nos anos 80. O filme não apenas envelheceu mal, mas também nasceu numa época errada. Fico me perguntando se o motivo para tamanho sucesso no Oscar seria a falta de concorrentes bons no mesmo ano ou o peso da assinatura de Bernardo Bertolucci que falou mais alto na hora da avaliação.

Na premiação do Oscar em 1988, O Último Imperador teve de superar a concorrência de mais quatro longas, entre eles o bélico inglês Esperança e Glória (Hope and Glory), Nos Bastidores da Notícia (Broadcasting News), Atração Fatal (Fatal Attraction) e Feitiço da Lua (Moonstruck).

O ÚLTIMO IMPERADOR (THE LAST EMPEROR)
LANÇAMENTO: 1988 (CHINA/ FRANÇA/ ITÁLIA/ REINO UNIDO)
DIREÇÃO: BERNARDO BERTOLUCCI
GÊNERO: DRAMA/ BIOGRAFIA
NOTA: 7,5

07 janeiro 2011

1/3 ESTREIA - Além da Vida

Além da nova produção dos irmãos Cohen que estreia no Brasil em fevereiro, Bravura Indômita, também aposta para o Oscar 2011, Matt Damon estrela o novo longa do mestre Clint Eastwood, Hereafter, traduzido por aqui como Além da Vida. A história se baseia em três personagens que lidam com a morte de maneiras diferentes: um “ex-médium”, interpretado por Damon, que considera como maldição o poder que possui de falar com os mortos, uma jornalista francesa que acaba de passar por uma experiência de quase-morte num tsunami e um estudante inglês que perdeu o irmão gêmeo num acidente.

Nesse suspense sobrenatural, assunto inédito para a filmografia de Eastwood, o cineasta tem o desafio de lidar com efeitos especiais e tratar de um tema polêmico à sua maneira singela e orgânica de dirigir, sem se ater à apelos religiosos, como a enxurrada de filmes espíritas que invadem nossas salas de cinema atualmente (previsão apontada por alguns críticos que li). Talvez o argumento de Além da Vida seja fruto do alter-ego de Clint que, afinal, já possui 80 anos e deve estar se questionando sobre os rumos de sua existência.

ALÉM DA VIDA (HEREAFTER)
LANÇAMENTO: 2010 (EUA)
DIREÇÃO: CLINT EASTWOOD
GÊNERO: DRAMA
VONTADE: 10,0

Depois de duas semanas com estréias fracas, as salas de cinema prometem lotar com os lançamentos da primeira sexta-feira do ano. São filmes para toda a família e gostos variados. Acompanhe:

INCONTROLÁVEL (Unstoppable), EUA, 2010. Direção: Tony Scott. Gênero: Ação. Elenco: Denzel Washington, Chris Pine, Rosario Dawson.
VONTADE: 8,0

ENROLADOS (Tangled) EUA, 2010. Direção: Nathan Greno e Byron Howard. Gênero: Animação. Elenco: Mandy Moore, Zachary Levi.
VONTADE: 9,0

ENTRANDO NUMA FRIA MAIOR AINDA COM A FAMÍLIA (Little Fockers) EUA, 2010. Direção: Paul Weitz. Gênero: Comédia. Elenco: Robert De Niro, Ben Stiller, Jessica Alba, Owen Wilson, Dustin Hoffman, Barbra Streisand.
VONTADE: 6,0

A ÁRVORE (L´abre) Austrália/ França, 2010. Direção: Julie Bertuccelli. Gênero: Drama. Elenco: Charlotte Gainsbourg, Marton Csokas, Morgana Davies.
VONTADE: 2,0

Daqui a uma semana volto com mais lançamentos nas telonas brasileiras. Até lá! Bom fim de semana a todos.

06 janeiro 2011

RANKING - Os Melhores de 2010

Como todos estão fazendo as suas, resolvi criar a minha lista dos melhores filmes de 2010. Perdi muitas produções (que devem ser boas) pelo caminho, como Minhas Mães e Meu Pai, O Escritor Fantasma, Onde Vivem os Monstros, Kick-Ass - Quebrando Tudo, Toy Story 3, Scott Pilgrim Contra o Mundo e As Melhores Coisas do Mundo. Além delas, também ainda não assisti as grandes apostas do ano que não foram lançadas no Brasil, como O Discurso do Rei, 127 Horas, Cisne Negro, Bravura Indômita, Além da Vida (que aliás estreia amanhã) e O Vencedor.

Por isso, fiz um pequeno ranking com os cinco melhores longas de 2010, para dar espaço para as outras produções que ainda vou assistir e que talvez entrem na minha lista. Acompanhe e opine:


5º LUGAR: ENTERRADO VIVO (Buried. Dir: Rodrigo Cortés. Espanha, Suspense)



4º LUGAR: ILHA DO MEDO (Shutter Island. Dir: Martin Scorsese. EUA, Suspense)


3º LUGAR: TROPA DE ELITE 2 (Dir: José Padilha. Brasil, Ação)


2º LUGAR: À PROVA DE MORTE (Death Proof. Dir: Quentin Tarantino. EUA, Suspense)


1º LUGAR: A ORIGEM (Inception. Dir: Christopher Nolan. EUA, Ficção Científica)

05 janeiro 2011

TOP 1987 - Platoon

Oliver Stone levou a estatueta-mor da Academia na premiação do Oscar em 1987 graças a Platoon, considerado por alguns como o melhor de seus filmes. O grande feito de Stone no longa é, além de ter sido o roteirista e diretor, servir de mentor para o elenco, uma vez que transportou para o set de filmagem a experiência pessoal que teve como combatente na Guerra do Vietnã, anos antes. E é por meio dessa visão mais realista que o filme se constrói, mostrando as crueldades e as injustiças de uma guerra, seja para que lado se lute.

Não há preocupação em explicar as origens do combate ou os estratagemas bélicos. O foco do filme se baseia na pressão psicológica e no desespero de jovens que nem ao menos sabem porque e por quem estão lutando, muito menos onde pisam num país totalmente desconhecido. Por outro lado, vemos um povo vietnamita acossado, assustado com a invasão dos americanos e muitas vezes indefeso, lançando mão de técnicas de combate precárias e improvisadas para sobreviver.

A história gira em torno dos depoimentos do recruta Chris Taylor (Charlie Sheen, quando ainda fazia papéis sérios no cinema), voluntário do exército norte-americano, que sai da universidade e vai para o Vietnã a fim de novas experiências. Aos poucos, a ingenuidade do garoto do interior dá lugar a um misto de loucura e brutalidade, sinais da perturbação gerada pelo tempo que combateu nas florestas do Vietnã.

O horror gerado pelas emboscadas planejadas por ambos os lados é impresso pelas excelentes atuações dos até então novatos Keith David, Johnny Depp, Forest Whitaker, Willem Dafoe e Tom Berenger, time de peso que ajudou o protagonista Charlie Sheen a entrar no universo doloroso e sufocante de uma guerra. Além de ter de enfrentar por um ano o medo iminente da morte nas florestas úmidas do Vietnã, Taylor tem que superar a constante disputa de egos entre os comandantes dos pelotões, que digladiam pelo poder absoluto, o que acaba projetando para os espectadores uma declarada crítica ao poderio americano.

Platoon é mais um daqueles filmes pacifistas que expõem as conseqüências emocionais provocadas por uma disputa bélica (muitas vezes irracional) entre dois países, com a diferença de ser mais orgânico, paradoxalmente mais explícito e sutil ao mesmo tempo, livre de discussões geopolíticas intermináveis e mais reflexivo, pessoal, intimista...e cruel. Aquela antiga premissa (já exposta em outras análises aqui no 1/3) de que um soldado nunca deixa a guerra quando ela acaba, carregando seus frutos (quase sempre negativos) para o resto da vida se repete nesta produção, explicitada com maestria pela transformação que Charlie Sheen provoca no personagem mais significativo de sua carreira.

Em 1987 ainda concorreram ao posto de Melhor Filme mais quatro longas. São eles: A Missão (The Mission), Uma Janela Para o Amor (A Room With a View), Filhos do Silêncio (Children of a Lesser God) e Hannah e Suas Irmãs (Hannah and Her Sisters), mais uma das dezenas de comédias de Woody Allen.

PLATOON
LANÇAMENTO: 1986 (EUA)
DIREÇÃO: OLIVER STONE
GÊNERO: GUERRA/ DRAMA
NOTA: 8,5


04 janeiro 2011

1/3 ESTREIA - De Pernas Pro Ar

2011 promete ser um ano de muitas apostas para os cinéfilos de todo o mundo. A primeira postagem do ano, no entanto, presta-se a rememorar as estréias da última sexta-feira de 2010. Como estava de viagem (a pior da minha vida, só pra constar), não pude postar na semana passada. Quatro produções estrearam no dia 31 de dezembro, porém nenhuma muito relevante. Como destaque, aposto em De Pernas Pro Ar, longa nacional encabeçado por Ingrid Guimarães e dirigido por Roberto Santucci (Bellini e a Esfinge).

A trama conta as reviravoltas na vida de Alice, uma executiva de 35 anos que acaba de sofrer uma separação depois de anos de casamento. A solução encontrada para continuar sustentando o filho e ainda manter o prazer tolhido pela solidão é a sociedade de um sex shop que a protagonista divide com a vizinha gostosa Marcela, interpretada pela casseta Maria Paula. Além de a nova empreitada lhe proporcionar seu primeiro orgasmo, funciona como mote central do roteiro, que busca mostrar os percalços e maravilhas da vida da mulher moderna.

DE PERNAS PRO AR
LANÇAMENTO: 2010 (BRASIL)
DIREÇÃO: ROBERTO SANTUCCI
GÊNERO: COMÉDIA
VONTADE: 8,0

Também estrearam na última sexta:


TRABALHO SUJO (Sunshine Cleaning) EUA, 2008. Direção: Christine Jeffs. Gênero: Comédia/ Drama. Elenco: Amy Adams, Emily Blunt, Alan Arkin, Jason Spevack, Steve Zahn, Mary Lynn Rajskub, Clifton Collins Jr.
VONTADE: 6,0

FORA DA LEI (Hors-la-loi) França/ Argélia, 2010. Direção: Rachid Bouchareb. Gênero: Policial/ Guerra. Elenco: Jamel Debbouze, Roschdy Zem, Sami Bouajila, Chafia Boudraa, Sabrina Seyvecou.
VONTADE:
4,0

O PRIMEIRO QUE DISSE (Mine Vaganti) EUA, 2009. Direção: Ferzan Ozpetek. Gênero: Drama. Elenco: Riccardo Scamarcio, Nicole Grimaudo, Alessandro Preziosi.
VONTADE: 9,0


Sexta tem mais estreias aqui no 1/3. Feliz Ano Novo a todos!